Segundo Roberta Hummel, coordenadora de projetos do Great Place to Work (GPTW) Brasil, organização que faz anualmente o ranking nacional e estadual das melhores empresas para se trabalhar, mais que aliviar a tensão e o estresse do trabalho, o grande potencial desses espaços é promover a integração entre os profissionais da empresa. “Eles potencializam o relacionamento dos funcionários e estimulam a troca de ideias e o trabalho em equipe”, diz.
Outro ganho importante das pausas propiciadas por esses locais é o aumento da produtividade. De acordo com Roberta, estudos do GPTW já comprovaram que empresas com bons ambientes de trabalho têm rentabilidade maior. Quando o ambiente é agradável, os funcionários ficam mais comprometidos e participam ativamente com novas ideias para a melhoria de processos e solução de problemas.
Na FH, empresa de TI com sede em Curitiba, sempre houve demanda por esse tipo de espaço. Na mudança da antiga sede para o novo endereço, o projeto arquitetônico contemplou o ambiente de descompressão, que tem 60 metros quadrados e conta com espaço de leitura, sala de jogos, sofás e pufes para descanso, além de uma cozinha. “Percebemos o impacto direto no clima organizacional da FH com profissionais mais satisfeitos, bem humorados e com maior equilíbrio emocional durante as atividades estressantes do dia a dia”, diz a gerente de recursos humanos da FH, Luciane Nassar.
Para a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - Seccional Paraná (ABRH-PR), Daviane Chemin, indicadores de gestão que mensuram a produtividade e qualidade de vida nas empresas antes e depois da instalação desses espaços mostram que eles são eficazes. “A interação informal acaba dissolvendo conflitos do dia a dia e melhorando as relações pessoais no ambiente de trabalho”.
Para emplacar, o espaço tem de ter a cara da empresa
O cantinho de descanso tem de ser pensado de acordo com a atividade e a política de cada empresa, seja para promover o contato entre os profissionais ou para funcionar como um refúgio da pressão diária. A observação é da arquiteta Yumi Yamawaki, sócia da Proa Arquitetura e Planejamento, que desenvolveu todo o projeto do novo endereço da FH.
Ela conta que no caso da empresa de TI a ideia de interação foi o que norteou todo o projeto. “A maioria dos profissionais trabalha com equipes que mudam o tempo todo, então, havia essa necessidade de promover o relacionamento de todos com todos”. Já em outras empresas, principalmente aquelas nas quais os funcionários trabalham diretamente com os clientes, o foco pode ser o alívio do estresse causado pelas relações pessoais. Para suprir essa necessidade, a arquiteta sugere itens como salas de massagens e outras atividades de relaxamento.